A Porta da Sabedoria é o livro de estreia de Thiarles Soares na filosofia. Este livro breve trata de temas com a preocupação investigativa, visando esmiuçar questões sobre Metafísica e Teoria do Conhecimento. Ao fim, o leitor é levado a uma profunda relação com a verdade. Thiarles desenvolve assim uma teoria do conhecimento que é única e também é síntese de toda a tradição filosófica de 2.500 anos.
 
"Vários foram os filósofos que tentaram pôr em prática um determinado conhecimento do que seja a Sabedoria, e a sistematização de algo assim chamado gerou o que se chama de filosofia. Filosofia é amizade com a sabedoria, ou, enamorar-se com ela. No entanto, uma pergunta que nunca vi ninguém responder, qual seja: como saber que a sabedoria é Sabedoria e não apenas uma hipótese sobre algo? E contudo, não foi buscando refutar que não é possível encontrar a Sabedoria que muitos ditos filósofos, renegaram a própria sabedoria, e degeneraram a filosofia, dizendo não ser possível saber de algo? Neste trabalho, buscaremos responder algumas dessas questões em diferentes abordagens, quer dizer, em diferentes formas de olhar o mesmo problema. 
 
É possível conhecer? É possível desconhecer? É possível que nada possamos ter certeza? E como ter certeza? Pelo espírito ou pela matéria? O que é o espírito, e o que é a matéria? Quem sabe e de onde vem o poder saber?"
 
Alguns trechos deste livro:
 
"Difícil é falar da sabedoria, porque há muita diferença de quando falamos de uma sabedoria para outra, e usamos a mesma palavra para dizer o mesmo. Sabedoria não é falar bonito; não é ser bastante inteligente num assunto específico, um experto; não é ter a pretensão de dizer grandes verdades externamente. Sabedoria é internalizar uma experiência ao profundo do ser pessoal que dialoga com a realidade, fazendo abrir a alma para o universal."
 
"Alguém que nunca visse uma luva e de repente se deparasse com uma, teria dificuldade de saber para que serviria aquilo. Faria o trabalho de racionalização conceitual para criar um conceito do objeto. Não obstante, vários pré-conceitos são criados a fim de soluções momentâneas sobre um objeto. Ocorre que a luva é um objeto que não existe na natureza, nem seu conceito, apenas a sua possibilidade, porém, só possibilidade não faz a coisa em si, mas é necessário que ela exista. Por isso a existência de algo em si é uma força imposta avassaladora que a consciência inteligente não pode apartar conscientemente. O que se falha é a apreensão de conceitos reais da coisa em si, e quando não se conhece o suficiente o objeto, se há um pré-conceito, quando se conhece o suficiente para traçar um conceito que corresponda à coisa em si, cria-se um conceito efetivo."
 
"O caminho da sabedoria é árduo e difícil, porque exige de nós a boa vontade. Mas o que é esta senhora muito meiga e exigente chamada Boa vontade? A Boa vontade é uma senhora que nos visita nos momentos em que estamos desarmados de nós mesmos, de nossa falta de fé e esperança, e ela nos pede algo que está para além das nossas forças, porque exige a liberdade de nosso olhar infantil, infantil sim, pueril não, no amplo sentido da palavra. A criança vê a realidade com uma visão límpida e serena, mas sem atordoar-se por não saber algo, e acha encantador a ideia de subir uma montanha, mas o homem adulto e carrancudo, acha absurdo ter que subir o monte, para depois descer, ou se sobe, já não quer descer, o que Platão explicara no Mito da Caverna, e Jesus, no Monte Tabor. Mas para buscar a sabedoria tem que subir algo, tem que escalar a montanha, e se subindo ainda não for possível ver o horizonte, o que devemos fazer? Continuar a subir, subir e subir, porque o monte tem seu píncaro, e o horizonte tem seu plaino."
 
"O Deus Católico criou o mundo como emanação e tudo o que existe, de algum modo, existe dentro Dele eternamente. Assim, a criação é ela toda filha de Deus, porque provém dele, e não foi criada alheia a ele, mas sustentada na existência pela força Dele. Assim sendo, o mundo material é sustentado pelo mundo espiritual, e possui como intermediários os mundos angélicos. Não há, portanto, separação entre o mundo espiritual e material, mas o mundo espiritual abarca e transcende o material, e por isso mesmo que há a existência de milagres. O milagre não seria apenas uma intervenção mágica no mundo (vinda contra e de fora dele), mas uma intervenção vinda da pessoalidade do mundo no mundo inferior, nas circunstâncias em que a pessoalidade do mundo queira. A Terra é o mundo intermediário entre os mundos superiores de existência, e inferiores de existência."
 
"Mas se fôssemos dar a hipótese de uma consciência que existe do nada, por si, é absurda, porque atribui a criação do conceito de consciência independentemente da consciência de quem tem, seria como dizer o conceito de cão sem que houvesse cão, e sem que alguém o fizesse e o visualizasse com sua inteligência o que é um cão. Tal situação é absurda e não cabe, não só na lógica, como na própria colocação dos termos propostos. Se há o conceito de cão, alguém o atribuiu, e isto basta para saber que há uma consciência, e que esta possui primazia na realidade do mundo existente e inexistente, porque a palavra cão pode ser de algo inexistente, criado ou não, mas não pode jamais ser criado pelo que não existe, isto é, não pode ser criado um conceito de cão antes de uma consciência dela existir. E se a consciência existe, e é a partir dela que se formam os conceitos que nos dizem respeito da realidade, temos que a consciência não pode surgir a partir do nada, mas é exatamente assim que dizem que aconteceu; que o ser humano de repente ganhou consciência da realidade. Quer um sorteio na megasena maior que este? Impossível! Seria o mesmo que esperar que o cão de hoje se torne o homem de amanhã, e, quiçá, se tornarão os cães em serafins julgadores do homem, mas os nossos cientistas não creem em serafins, também não cremos que cão se tornará o homem amanhã..."
 
Estes e muitos outros trechos você encontrará no livro A Porta da Sabedoria de Thiarles Soares.
 
Gênero: Ensaio filosófico
Ano de Publicação: 2025
Edição: 1ª Edição
Autor: Thiarles Soares
ISBN: 978-65-266-1422-8